segunda-feira, 25 de junho de 2012

Homenagem ao réquiem de minha imortalidade que há muito se esvaiu

Sonhos... Incontáveis... Abafados na neblina de meus olhos... Neles penetro densas floretas, rios azulados, cachoeiras torrenciais, e me encontro perdido na encruzilhada das árvores negras da alma, e sou levado ao centro da cidade que é o meu pesadelo.

O centro da pequenez, prostitutas gordas e raquíticas seguem meu andar, e eu encontro uma delas, diferente de todas as outras, perdida na necessidade do bater em uma porta. A reconheço de longe. A reconheceria à qualquer distância... Os sonhos não podem ser esquecidos. Os cabelos e roupas são buracos negros de meu espírito, os olhos refletem a tristeza do meu passado incansavelmente longe e relembrado. Ao tocar dos olhos, esta foge para longe, com a mesma facilidade de sempre, e eu sigo meu caminho, mais uma vez perdido...

As cavernas úmidas e estreitas de pedra... Me esgueiro por seus espaços na companhia das entidades tão perdidas quanto eu, em busca do que me resta. Um lobisomem rastejante... Sou eu. Um abismo se estende à minha frente, e à queda se estende a morte. Agarrado nas paredes pedregosas, sigo meu caminho sem destino. O fogo derrete meu propósito, e atravesso a ravina cavernosa.

Uma mansão, caindo aos pedaços. Um sonho, grandioso, mas que não encontra em seus pés a estrutura. Ali encontro minha musa novamente. Minhas patas lupinas flamejantes de volúpia sangrenta rasgam a carne de qualquer um que me impeça de alcançá-la em meu sonho. Lentamente me aproximo, descendo as escadas encaracoladas... Os cordeiros aos meus pés...

Não me lembro do meu fim, mas sei que o lobisomem abandona o corpo que o domina, e quem o drena é o poder dos dedos compridos e repletos da nostalgia passada... Como que em outra vida...

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