quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Sonhos: casualidade e expectativa

O vasto panorama dos sonhos sempre fora confuso em um primeiro momento, mas sempre apresentava uma vastidão de possibilidades a descobrir e situações para se atentar. Aquele portal, atravessado quase todas as noites de sono, nunca tinha destino certo. Aí sempre residiu a graciosidade de ser tragado por tais universos: abrir os olhos dentro da própria mente para caminhar em mundos distantes, para conviver com seres irreconhecíveis mesmo quando são arquétipos de seres próximos ao ponto de serem parte de nós mesmos. O extraordinário está em explorar enquanto vive e se adapta a uma realidade muitas vezes desconhecida e que não se sabe se será a última ou mesmo se retornará algum dia depois daquele.

Desta vez, eu me encontro no topo de um morro. Um morro que se eleva na noite, não muito acima do nível do mar, este que é possível ver alguns quilômetros à frente. A Lua, cheia, ilumina todo o horizonte tomado pela relva dos morros com a exceção da baía através da qual as águas salgadas agitadas se estendem. Por mais que esteja claro, é mais que claro que o céu está negro de nuvens, e relâmpagos rolam pelo teto celeste acompanhando o som dos trovões que anunciam a tempestade iminente.

Olho para o meu entorno com atenção, procurando entender a paisagem e a presença (ou falta de) estruturas óbvias que possam esconder algo de interessante. Porém, como a minha orientação já parece óbvia pelo lugar em que me manifesto, o único caminho é à frente. Do topo da ladeira para o fundo do vale, se inicia meu caminhar atento e constante. A curiosidade inunda minha mente antes da chuva. Estará aqui o destino do meu sonho?

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