quarta-feira, 26 de outubro de 2011

He Who Breeds Pestilence

Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações?!

Venham, espíritos infames, sádicos, nefastos! Caminhem, sigam a estrada trilhada por vossos anjos, trilhada ao arremessarem, por ordem de vosso senhor altíssimo, escondido por traz das nuvens e das espadas de seus algozes! Seja Lilith minha principal consorte, pois somos nós vítimas do mesmo destino. Seja a vingança nossa principal arma contra as hordas celestes. Anjos caídos, dormentes sob as rochas infinitas, expurgantes.

Demiurgos! Forças afogadas, renegadas no cerne das almas amaldiçoadas. Inveja! Inveja, a principal acusação, hipócritas! Dragão da discórdia, as hostes infernais subirão como a fumaça sulfurosa da acusação.

Apodrecidas, vossas almas serão meras prisioneiras de corpos imperfeitos, enquanto línguas de fogo consomem seu reino misericordioso, e seu deus é revelado uma farsa.

I was the first angel, loved once above all others... But like all true love... one day it withered on the vine...


domingo, 23 de outubro de 2011

Kill 'em All!

Escória da Terra! Raça infecta! Raiz do mal, do medo, de tudo que se fez mal e que pelo mal há de acabar. Das cinzas às cinzas. Essa é uma fênix que não renascerá! É hora de brandir as lâminas malditas. Cortemo-nos uns aos outros, fatiemo-nos uns aos outros. Empunhe sua arma e a enterre nas vísceras do seu inimigo e, ao mesmo tempo, semelhante. Se tiverem sorte, os esporos da destruição invadirão seus poros enquanto o sangue escorre pelos buracos abertos, pelos corte forçados, pelo corpo rasgado. Todos morreremos nesse dia. Anjos, demônios e, principalmente, humanos inutilizados, incapazes de serem recriados das cinzas que uma vez os criaram. Mas, no fim, todos os olhos continuarão intactos, somente para que vejam a verdade, a verdade que se encontra estampada no sofrimento da carne e do espírito. O fogo da guerra queimará sobre as fossas nas quais se encontram, e a gordura humana crepitará sob a cortina de miríades de prédios deformados e à sombra de milhares de facas canibais, prontas para abater qualquer ser inválido que fique no caminho do desespero. Não haverá risadas ensandecidas por parte de nenhum de vocês, pois vossa mente se fará negra, consumida pelos ventos tóxicos que suas próprias mentes criaram. Morramos todos! Acordem! A morte vos espera, e o sofrimento vos levará até ela...

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Vingança!

As Hordas Negras dos Senhores da Angústia marcham na direção dos impérios divinos. Os caninos das crituras incontáveis rasgam matéria e tempo enquanto deixam sair gritos horripilantes de ódio. Por onde passam, as trevas surgem onipotentes sobre suas cabeças e a terra se incendeia, em uma chama sem luz. Uma miríade de lanças, foices, alabardas e machados se levanta sobre a linha das cabeças dos soldados. Monstros galopam por entre seus pés, procurando seu alvo.

Eu estava lá. Eu participei de tudo. E, assim que as Hordas diabólicas passaram, nenhum anjo deixava de saber o significado da palavra dor, nem da palavra sofrimento. Seus corpos desvirginados alastrados, arrastados pelo chão pedregoso, suas asas arrancadas e seus pés decepados. A branquidão de sua luz ofuscada pelo vermelho do sangue e das chamas. Vermes adentrando seus corpos enquanto eles descobrem o que é ser subjugado e arremessado numa terra onde a morte habita, mas quem reina é a vingança.

domingo, 15 de maio de 2011

Morte Eterna

Nascemos para morrer. Por toda nossa vida, nos preparamos para esse momento inóspito de solidão e de transcendentalismo. Conforme a vida progride, a morte anda lado-a-lado com ela, apontando o caminho com sua foice, esperando o momento em que tropeçaremos, para cairmos sobre sua lâmina.

Aos poucos eu fui morrendo, e morrendo... Lentamente deixando o corpo... Deixando a mente... Encontrando as Trevas, e então a luz que vem depois das Trevas, e então as Trevas que vêm depois da luz, pois é no Escuro que a mente realmente se abre.

Eu bebi do cálice dourado de sangue. Eu caminhei pelo vale imundo da morte. Eu encontrei a insanidade, o fogo, o ar. Eu encontrei um mundo ensandecido, coberto de falsas vidas, com falsos sentimentos. Sentimentos e pensamentos. O manto negro me envolvendo, e eu descobrindo a pedra da loucura, que é sempre-pulsante como só ela pode ser. A realidade se esvaiu diante de mim.

Eu morri. E agora que estou bem morto, vou começar a viver.

terça-feira, 19 de abril de 2011

NUKE

Ruas radioativas infestam as cidades, infestadas por sua vez por pessoas que, em meio às explosões nucleares, fingem descobrir seu próprio núcleo. O líquido químico verde inunda os becos e calçadas, transformando todos os arredores em massa cinza, e todo aquele que anda se identifica com um zumbi. Sim, os olhos estatelados e ausentes, os movimentos moles, a boca semiaberta e uma vida sem porquê, sem motivo. A cada dia que passa, o mundo se degenera mais, ao passo em que a alma humana abandona o corpo, impreciso, desnecessário. O fim está próximo.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Saudades

Sinto falta de algo. Me sinto mais vazio. Sim, mais vazio. Me falta aquela sede de viver, de lutar por algo. Pois nem sei se esse algo ainda existe. Não encontro mais ninguém desejoso de lutar por aquilo que luto. Seriam meus ideais simplesmente vãos? Seriam eles derivados de meus devaneios? Onde estarão aqueles espíritos de outrora que tanto me ajudaram e me fortaleceram, me colocando no caminho da bravura e das incógnitas da vida? Onde está a vontade de mudança? O desejo de vingança? Onde está a lâmina que parte a carne e arranca o coração, ainda pulsante, para mostrá-lo o quê é o inferno? Onde estão meus inimigos? Onde está aquela música que comanda os homens e os animais? Que era essencial para o meu viver...  Sinto falta de algo. E, se este algo existe, tenho certeza de que ele também sente falta de mim.

terça-feira, 8 de março de 2011

Geliebte Des Regens

Venha, chuva. Faça renascer um mundo em ruínas. Varra seus inimigos para longe e, em suas profundezas, bebe de seus corpos. Lava o chão, imprime uma dimensão de reflexos aqui e acolá. Pingue, respingue, caia, voe. Mude de forma, aumente, diminua. Cura e destrói. Seja você mesma, a chuva. Caia das nuvens horrendas que derrubam raios e trovões a mando dos Deuses. Acaba com a morte, e até com a vida, para um novo renascimento na aurora que talvez te siga.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Ansuzgardaraiwô II

Com dias e dias de viagem em seus corpos, a caravana finalmente consegue ver algo capaz de reluzir no escuro agradável das árvores. Uma luz aumenta sua ansiedade. Uma não, várias luzes. Aquilo que parecia ser uma aldeia, em meio à uma grande clareira, lançava seus pontos de luz nos olhos dos viajantes, deixando-os apreensivos, fazendo com que se entreolhassem, antes de seguir andando, descendo para aquela vila. Os corações batendo forte, as almas alegres. Os aldeões que os avistam convidam outros a amontoarem-se para assistir à chegada daqueles desconhecidos que, pelo visto, seriam bem recebidos naquela noite. Não só pelas estrelas, mas pelos seus semelhantes. Homens de virtude e esperança. Os olhos dos viajantes cintilaram enquanto se aproximavam das casas que os aguardavam. Entraram todos juntos na clareira com as provisões os seguindo, e pararam diante daquele que os havia visto primeiro, pois havia se adiantado, mais curioso que os demais. E mais seguro de si mesmo.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Outrora...

Se a criação deste Diário não houvesse sido tardia, talvez tivesse eu descrito a glória de meu palácio, a beleza de suas paredes intransponíveis, repletas de pinturas, confeccionadas por mãos outrora habilidosas, e mente um dia filosófica. Talvez pudessem presenciar a glória daquele chão de mármore por onde podia-se pisar sem desconforto, livre. O leito dourado à luz de velas, belo e revigorante. A doce música provinda dos cantos do próprio castelo, qual maravilha à luz de estrelas, luz única que um dia atravessou seus vitrais magníficos, sobrebos por si só. E quão perfeito não era o trono onde me recostava, observava, pensava e trabalhava, trabalhava em minha própria gratificação, sabendo que havia um lugar só meu o qual, acreditava eu em minha ingenuidade, nenhuma ação da inveja podia surtir efeito, e nenhum olhar de discórdia poderia abalar.

Pobre tolo. Quanto mais acreditava em minha glória e em minha subsistência, mais preparavam o ataque final, que me tiraria de minha própria casa, para vagar em torno dela enquanto fosse usurpada por aqueles que dela nunca necessitaram. Agora cá estou eu. As obras se foram junto com minhas mãos decepadas, a beleza se foi com meus olhos arrancados. O chão de mármore me foi roubado ao lado de meus pés e minha cama está em chamas, enquanto os últimos resquícios de minha sanidade se desvanecem com a memória de dias perfeitos.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Sad But True

A vida é algo engraçado. Visamos coisas por todo o decorrer dela, e quando algo parece não funcionar conforme idealizamos, somos tomados pela tristeza. Mas nos esquecemos que a vida não é para ser idealizada, nosso futuro não é para ser previsto. O acaso vai nos acometer, e vai nos proteger. Podemos tentar fazer escolhas para o acaso. Mas não decidimos qual das opções vai ser seguida. Tudo aquilo que nos foi imposto jamais vai ser tão bom quanto pareceu um dia ser.