sábado, 25 de dezembro de 2010

Manhã de Natal

Seis e meia da manhã. Mais precisamente seis e 47 para 48. Tudo que se vê nas ruas é o vazio, intercalado por uma pessoa ou duas voltando para casa. Por todo o caminho pode-se ver marcas da noite que passou.. Os carros desconhecidos parados à frente das casas, sem nenhum trânsito, manchas de líquidos que escorreram pelas rampas das garagens, pelos PASSEIOS e até às ruas, as casas habitadas mas silenciadas pelo sono dos inocentes que descansam suas pestanas para o dia que nasce. Mas aqui estamos nós, vagando, e mais uma vez divagando, diferente de toda a multidão. Mas, é claro, eu sou uma mera exceção, um sociopata. E o único som que ouço é o som dos pássaros transitando, como sempre tansitaram e cantaram. Som bonito. Para eles não existe feriado, não existe almoço de domingo, não existe Natal nem Jesus, seja ele menino ou adulto, e eles nunca se importarão com isso. E, por mais estranho que pareça, sempre viveram muito mais tranqüilos que qualquer um de nós, sem precisar de nenhuma evolução.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Ansuzgardaraiwô

Para Ansuzgarda viajam os guerreiros do Sol, das árvores, dos mares e do oculto. Marcham ligeiros, mas calmos, a Luz da Manhã refletindo em seus corpos. A umidade na trilha, coberta pelo verde,. não dá espaço para o calor. Por trás de seus olhos serenos e rostos cobertos por máscaras, homens felizes, à espera de um lugar para ser chamado de lar. O tilintar de seus equipamentos produz um som suave, ritmando suas passadas. Um cheiro no ar aumenta a esperança de novos dias. A pequena caravana nunca se sentiu tão bem. Algo de mágico os ronda, e a quietude de suas palavras parece demonstrá-lo. Simples de espírito como sempre foram, vêem no futuro a realização de seus desejos mais profundos. Fáceis na teoria, árduos na cunhagem.

Filosofia

Vida sincera! Quanto mais aprendemos e quanto mais filosofamos, mais aprendemos a odiar a existência e suas míseras nuances, escondidas nas areias do tempo e da vergonha, como um escorpião assassino a se esconder entre uma tempestade de areia, procurando se acobertar nela. As hostes da mentira, do medo e da loucura caminham juntas, cantando em uníssono, compartilhando das mesmas armas do ódio, este ódio que, sem destino algum, marcha contra a vida de um mundo que ao longo dos tempos se tornou injusto, e inquietante. E como se tornou inquietante!