terça-feira, 2 de abril de 2019

A chama antiga que consome e ressuscita

Você ainda me atormenta em meus sonhos. A insensatez da volúpia, da proximidade, do magnífico olhar há muito distante mas nunca esquecido. Sua existência é um buraco negro semprepresente no plano da minha criatividade e do meu universo delirante das noites da minha vida. Sua presença no meu passado ecoa no meu presente e molda minha mente rumo ao futuro.

Os demônios às vezes sonham com os anjos. Sonham com a sua companhia em noites livres, iluminadas, onde podem usufruir da companhia um do outro em meio à multidão sem preocupar-se com o julgamento daqueles alheios à situação. São os mesmos anjos estes que estiveram presentes em meio à nós, que nos trouxeram a beleza, que nos trouxeram o conhecimento da esperança e da possível proximidade dos extremos através das barreiras da vida e dos contextos.

Por mais que tenha sido passageiro... Por mais que, olhando para trás, a convivência possa ter sido rápida como um raio e, por mais que eu odeie admitir que também tenho culpa no que diz respeito à celeridade da convivência além das sombras segredantes, foi esse raio específico que fulminou minha existência e deixou uma marca que eu não desejo nunca esquecer.

Queira ou não queira, o tempo nos carrega para o desconhecido. Porém, as trevas do presente e do futuro se tornam menos assombrosas quando a luz da sua lembrança se faz presente na minha mente. Os olhos da minha mente nunca deixaram de vislumbrá-la.