Como uma flor que nasce sobre as cinzas... Nos vales das montanhas vulcânicas e nubladas. Suas raízes, fixas no solo negro, se afundam a cada ano durante o período de claridade e suas irmãs surgem na extensão da poeira que dá vida em meio à escuridão ao mesmo tempo em que fantasmas de outrora vagam junto aos ventos sobre suas pétalas e sobrevoam os morros estabelecidos por erupções ao longo dos milênios.
Oh, manifestação da vida, sua jornada nesta terra é breve mas é eterna. É você que distorce e modifica ao passo que tira de um e transfere para o outro a energia de sua capacidade que se transforma em vontade inconsciente. O ar perturbado se movimenta ao longo do inspirar e do expirar das eras, o solo brota com a feição de outras vidas e as ondas tomam para si as praias enquanto devolvem para elas parte do mar.
Enquanto o solo é pisoteado pela magnitude da existência a jornada continua; o Sol mesmo não ultrapassando as nuvens do firmamento celeste ainda projeta a sua luz incandescente e queima o que foi e o que será, forçando a mudança e a rotação do círculo das estações. A vida se constrói em meio às vidas que não mais hão de existir e faz delas o seu sustento.
A aurora é não mais que um aviso do que está por se repetir e o crepúsculo é a sua gêmea e contrapartida. Vagante, a caminhada continua e o passo dos ciclos terrenos não para e não te para. Nascente e poente são pano de fundo para a resiliência e a busca da forma original. A viagem através de terra e tempo incessa e se dá de dentro para fora, porém com ambos em conformidade. Navegue, rumo à sua Kundalini, e se preciso abocanhe o Sol e as estrelas. Mas primeiro viva sob eles como as formigas vivem sob os ursos. Se sobre eles não há poder, se manifeste independente do que lhe é externo e faça com que as eras sejam as arquitetas das suas pontes.
..."Oh, manifestação da vida, sua jornada nesta terra é breve mas é eterna" ❤
ResponderExcluirA vida sempre contraditória e sempre mais lógica que todos nós
Excluir