segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Labiríntico esforço mental da existência

Os caminhos do labirinto da vida se parecem. As paredes, o terreno, as entradas, as saídas, os tetos (nas partes fechadas) e os céus (nas partes abertas). Por mais que eu ande, por mais que eu escolha, por mais que eu adore e odeie, eles não mudam.

Às vezes temos encontros inesperados. Um quadro, uma flor, um cipó, uma trepadeira ou uma rachadura no chão. Um caminho bloqueado que nos obriga a retornar ou uma falsa sensação de realização. Todos levam ao mesmo lugar. Mais caminhos se formam.

Mas a inevitabilidade do labirinto não é o que me espanta. o que me espanta é a sua falta de sentido. Lutamos para seguir, para continuar e para objetivar a nossa caminhada constante. Queremos saber, entender e conseguir. Se o que importa é o caminho, por quê ele nos mantém exilados?

Há quem encontre sustento em permanecer em um único lugar, bradando ser ali o seu destino.

O exílio e o caminho solitário se mostram os maiores inimigos da vontade do caminhar. A esperança, já a maior aliada desta, nasce enorme e definha ao longo da repetitividade da frustração temporal. É ao longo das eras cerebrais e reflexivas que me perco. Me perco na vontade de que me acompanhe e me liberte da introspecção e das matrizes cíclicas, trazendo o novo, a dialética, o diálogo e a companhia que metamorfoseia essas paredes incessantes que esmagam sem que precisem me tocar.

se a caminhada para, e ninguém está ali para ver, por acaso ela alguma vez aconteceu?

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