Às vezes percebo...
Percebo que viver se torna insuportável. Minha mente anseia por saber, por entender a motivação que leva a este infortúnio torturante, porém é ela mesma que aprofunda a faca e a prensa que esmagam o meu crânio e sufocam a minha alma, restringindo meus pulmões. É ela que me afoga enquanto lança a corda para resgate. A mesma corda que apronta para o enforcamento. Qual a racionalidade subconsciente e onde se originou tal busca e afeto pela mediocrização da vida e da experiência da continuidade da existência da consciência humana?
O viver em sociedade, embora às vezes necessário, polui a mente com tais pensamentos. A hiper-análise constante da pactuação dos seres e de suas vontades, desejos e maquinações reforça esta busca pelo apagamento da sobrevida.
Enquanto sozinho, o ser se fortalece em seu castelo interno, barra a sua mente e acende a chama de seu âmago, purificando-se dos pensamentos das finitudes. Mas é quando se abre e sai de si para percorrer e aventurar o mundo externo, em busca de novas (ou re-novas) experiências e conhecimentos e interações, é que deixamos escancaradas as portas da fortaleza, trazendo os antigos inimigos fortalecidos por novos aliados que habitam com o mesmo intuito dominador e destruidor. É através disso que me dominam a mente tais pensamentos, a volúpia mental pela não-existência e pela morte do sofrimento causado pela própria mente. A auto-sabotagem é o que me traz a vontade da morte da auto-sabotagem.
Liberte-me de mim mesmo.
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