quinta-feira, 4 de junho de 2020

O fogo negro de Qliphoth, sempre-consumindo para a árvore da vida, a mim corresponde ao fogo que consome meu ser mas que se manifesta limitador e criador. Uma chama cega que quanto mais cria mais destrói. Um manifesto abominável e atormentador que acelera a perdição e toma conta com angústia, desespero e desafio, invocando ódio, dúvida, apreensão e fúria. Porém, essa chama criativa é uma mera casca destrutiva que ao queimar o último galho da existência trará o nada que restará e levará para eterna Sitra Achra, em busca do Vazio inconsciente onde tudo é possível, imanente, infinitamente profundo e ao mesmo tempo raso e inerte.

É no ápice da existência que a ingenuidade abriga a destruição interna. É na proximidade com a luz criativa que a ignorância dá espaço para a negritude da fronteira abismal, e não quando se está a procura da mesma. Eterno cabo-de-guerra onde o Oceano perene é o único resultado mas onde a permanência do tempo é o prêmio buscado por aquele que possui esperança e onde a confusão incandescente é a porta de entrada para o túnel vertiginoso da Escuridão Primordial.

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