Há lugares...
Há lugares...
Há lugares em que a luz não chega... Tais lugares são escondidos pela morte. Não a morte pura, simples. Mas a morte da mente, da vida, dos sentimentos... A luz só nos afeta em nossas máscaras mais rasas...
Há lugares onde a esperança e a luz do dia morrem... Onde a alma não suporta e se entrega aos demônios de outrora, a última pseudo-esperança da reconciliação com a sanidade... O resquício de sanidade em meio ao mar vazio da insanidade...
Há lugares...
Em que se pode ouvir os uivos interiores por entre as cascas de árvores antigas... Onde o espírito da noite é imperador, onde os sentimentos encontram esconderijo... "Então eu fujo, gritando por cavernas profundas e sombrias, mas eu ainda posso ouvir meus demônios me tentarem, rindo de mim.... Eu tento calar minha alma, mas eu ouço os meus próprios gritos, ouço os gemidos de dor na noite... Então eu desfaço o tapete da vida..."
Há lugares na vida...
Lugares claros como os cristais das cavernas iluminadas da manhã... Mas neles não se encontra conforto eterno... O conforto da vida está nos lugares... lugares estes impossíveis, impossíveis de fazer com que se encontrem... Enquanto os fantasmas da angústia se acumulam e pesam na perseguição dos resquícios de felicidade...
Há lugares onde tudo morre, lugares onde os demônios finalmente roubam as minhas sombras e a efemeridade da minha vida se conclui no destino à frente, inescolhível, imutável, inevitável... Atarracando-se aos pés da vítima e a puxando para o abismo. Nós começamos no topo da escada, e descemos... Descemos... Não há subida... Lutemos com ódio... Desçamos as escadas para enfrentar a aflição... Tornando-nos parte dela...
Escape através dos portões para as estrelas...
Os portões estão fechados. Foram fechado no fim da aurora dos tempos... Não se pode voltar... A luta infindável contra a morte foi o que restou...
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