domingo, 6 de junho de 2021

Validação externa

Por quê alguns de nós sentimos a necessidade de uma validação externa? Será isso uma forma de contrariar os pensamentos de pequenez e de insuficiência que certos momentos da vida nos geraram e ainda geram? Será isso uma forma de desviarmos de nossas incertezas?

Imprescindíveis, tais atos podem ser miseravelmente mínimos ou tremendamente colossais, porém seu significado sempre abrange todas as esferas do inconsciente. Assim como sua falta.

Atribuímos ao mundo externo, em quase qualquer uma de suas formas, um poder que não é dele; pois é um poder que é nosso para ser atribuído. Ou melhor: para ser agarrado e por nós mesmos utilizado.

Somos nós os únicos que passaremos uma vida inteira em nossa própria companhia. Somos nós que sabemos todos os detalhes e rachaduras e degraus da construção do nosso ser.

Se sabemos de nosso valor, por quê duvidamos? Será porque queremos dizer que as coisas poderiam ser diferentes se fôssemos diferentes? Será o medo de aceitar que o que foi sempre seria e que tudo, além de nossa responsabilidade, depende de nós? Será que o surgimento do outro nos protege dos acontecidos tenebrosos e nos coloca no presente, porém nos voltando para o futuro?

Será?

Seja como for, validemo-nos por conta própria e aceitemos que esse poder que aplicamos ao outro é por nós dado. E que a existência desse poder já é um certificado de nossa competência. Reconheçamos a nossa parte no mundo e a nossa parte no nosso mundo.

Nosso mundo só começa e acaba com nós mesmos. Então sejamos a peça central dele.



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