Sua fé era tamanha que o senhor seu deus só poderia recompensá-la de uma forma: com a morte. Foi pensando nele que viveram a totalidade de suas vidas. Foi no momento em que a linha seria fatiada e o portal do desconhecido atravessado. Um a um eles foram ceifados: a maioria pela praga, mas muitos também pelos diversos outros motivos que levam humanas todos os dias.
Engraçado que não só eles como milhões de outras pessoas, com crenças bem menores, também foram levadas em mesma proporção e pelas mesmas causas. O hilário é que, a única diferença, estava no sentido atribuído por cada um. Uma mera forma de pensar mudava tanto a situação que pareciam estar passando por coisas extremamente diferentes.
Mas é assim com toda a vida.
Ideais, fundamentos e moralismos são como cores, sabores, cheiros e texturas: a vida possui substância e características inerentes, mas o tempero, a forma de preparo e as preferências individuais de cada um são o que realmente moldam a experiência de quem a vive.
Bem e mal, viver e morrer: para uns são conceitos fugidios além da vida e da morte, enquanto que para outros só existem a vida e a morte e delas nada foge.
Por bem ou por mal, é aí que mora a graça de ser humano. Nas variações, nas diferenças, nos temperos. E na coleção que fazemos deles e nos que deixamos para trás. Evoluímos tanto no decorrer dos milênios como no decorrer de horas, minutos, dias, anos, meses ou textos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário