Em meio a tantos interesses, identidades, características e personalidades, sempre tive um conflito. Uma tribulação, caso queira.
Dificilmente levo aquilo que me interesso a um nível de seriedade quase absoluto, aquele em que se aprende além da fase da lua-de-mel, aquele em que vejo as pessoas se dedicando dias a fio e aperfeiçoando sua obsessão como se fosse a lâmina de uma faca passando por diversas gramaturas de abrasivos até adquirir um polimento tão fino que se torna indistinguível de um rio durante as neblinas da manhã. O esforço é tão grande, contínuo e prova penitente cabal da dedicação sem-fim que ele próprio desaparece, deixando uma perfeição técnica que reflete uma máscara desesforçadamente fácil. Se torna tão natural que podemos comparar a maestria técnica dessas pessoas focadas a um galho de árvore, enxertado em outra de forma que se torna parte desta e age como tal - compartilhando seiva e vida.
História, música, artes plásticas, design, dentre tantos outros, fazem parte da minha vida porém mais como uma compilação de artigos científicos do que como um livro completo. Por mais que os temas sejam diversos e alguns sejam mais longos e específicos que outros, todos se portam como uma apresentação introdutória.
"Antes saber um pouco de tudo do que muito de uma só coisa"
Lembro nitidamente do dia em que proferi esta frase, talvez pela primeira vez de muitas. E ela não só já me refletia na época como também me acompanha até hoje.
Sob Sol e sob luar, na calmaria e desespero, prometi a mim mesmo quebrar mais este molde. Porém se apresenta como um dos mais densos e mais poderosos. Até mesmo aqui, neste diário, a frequência infrequente se faz parte do problema. Saber que não estou sozinho é reconfortante, mas nada resolve.
Estar cercado daqueles com o mesmo problema só o transforma numa normalidade. É no diferente que se deve buscar a cura.
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